18 de ago. de 2009

Doenças Negligenciadas


Você já ouviu falar em Doenças Negligenciadas?
São elas que causam a morte de cerca de 35 mil pessoas por dia e atingem mais de 1 milhão de pessoas em todo o mundo.
Este é um assunto extremamente delicado e, ao mesmo tempo, suas conseqüências têm raízes profundas na propagação do capitalismo voraz, de lucro a qualquer custo.
As doenças negligenciadas têm como maior agravante o fato de que não disporem de tratamentos eficazes ou adequados. Em sua maioria, são doenças tropicais infecciosas e parasitárias que afetam principalmente pessoas pobres, e geram um impacto devastador sobre a humanidade.
São elas:

• Doença de Chagas

• Hanseníase (antiga Lepra)

• Doença do Sono

• Tuberculose

• Dengue

• Malária


• Leishmaniose

• Cólera

• Esquitossomose

Há um grande volume de trabalhos científicos que tratam da biologia, imunologia e genética dos parasitas causadores destas doenças, porém todo esse conhecimento não consegue se reverter em novas ferramentas terapêuticas para as pessoas afetadas ou, trocando em miúdos, o muito que se sabe ainda não é suficiente para o desenvolvimento de novos tratamentos.
Ao longo do tempo essas doenças têm sido progressivamente marginalizadas pelos encarregados dos programas de pesquisa, sejam eles do setor público ou privado. O motivo disso? Dinheiro! Explicando melhor: as pessoas que sofrem de doenças negligenciadas são pobres, e não oferecem um retorno lucrativo suficiente para que a indústria farmacêutica invista em pesquisa e desenvolvimento de novos medicamentos voltados para essas doenças. Os medicamentos existentes são de 30, 40 ou 50 anos atrás. Para algumas pessoas o efeito desses medicamentos é pior do que a própria doença, efeitos colaterais devastadores.
Fica claro, portanto, que a crise de falta de medicamentos para doenças negligenciadas não chegou às atuais proporções por falta de conhecimento científico, e nem somente pelo hiato entre a pesquisa básica e a pré-clínica. Esta crise é o resultado tanto das insuficientes políticas públicas voltadas para desenvolvimento de medicamentos de interesse nacional dos países em desenvolvimento, quanto da falha de mercado, provocada pelo baixo interesse econômico que esses pacientes representam para a indústria. Uma equação desequilibra, onde o lado menos favorecido não é nem sequer mensurado, que dirá levado em conta.
Em 2007 o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou que investiria em projetos de pesquisa que juntassem fitoquímica e doenças negligenciadas, mas ainda faltavam candidatos. A verba para estes projetos estava disponível por meio do Fundo Tecnológico (Funtec).
Pelos critérios do Funtec, o projeto precisaria ser feito a partir da parceria entre uma empresa e uma instituição tecnológica. A instituição receberia a verba, na modalidade recursos não-reembolsáveis, mas era preciso que o produto fosse concebido para ir ao mercado. Nada mais justo se o objetivo final era reduzir os índice de incidência de tais doenças.
A revista Doenças Tropicais Negligenciadas, da Biblioteca Pública de Ciência (PLoS, na sigla em inglês), uma organização sem fins lucrativos formadas por cientistas e médicos da comunidade internacional, apontou, em seu editorial de julho de 2009, que o Brasil é o segundo país do mundo a submeter o maior número de artigos para publicação, sendo estes de autoria de uma diversidade de institutos de pesquisa, mas com destaque para a Fiocruz.
O veículo, conhecido como PLoS-Neglected Tropical Diseases (PLoS-NTD), foi lançado em 2007 e é considerado a primeira revista de livre acesso dedicado à divulgação de estudos sobre enfermidades negligenciadas, como a elefantíase, a hanseníase, a esquistossomose e a doença do sono.
Apesar de os Estados Unidos estarem no topo da lista de estudos e análises, os pesquisadores destacam as contribuições de países da América Latina, como Peru, México e Argentina. Quase metade dos artigos relacionados a este tema veio de países com doenças tropicais negligenciadas endêmicas. Isto é especialmente gratificante. Uma atitude que demonstra que cansamos de esperar os grandes “salvadores do velho mundo”, arregaçamos as mangas e traçamos nossa própria estrada. Cabe a nós cobrarmos das autoridades governamentais a real implementação de pesquisa e emprego de tratamentos.
É por isso que a Rede Mundo Melhor também abraça esta causa.
Junte-se a nós!


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6 de ago. de 2009

A Fonte da Vida


Qual a quantidade de água que uma pessoa consome diariamente, em média, em todo o mundo? Algumas estimativas apontam meros dez litros como resposta. Mas esse número é muito pequeno e não corresponde a realidade. No limite da sobrevivência, o ser humano consome em média dois litros de água por dia, apenas para matar a sede. Some-se a isso o fato de que quase todas as nossas atividades diárias envolvem o uso desse recurso hídrico. Há estudos revelando que populações carentes, moradoras em locais sem água encanada, consomem cerca de 30 litros todos os dias. Já aqueles que moram em apartamento ou casa com máquinas de lavar roupa e louça chegam a gastar 500 litros. As desigualdades no acesso à água trazem à tona revelações alarmantes: enquanto no Brasil há quem use dois mil litros de água a cada 24 horas, lavando carro ou calçada, entre outras atividades, em comunidades africanas a média é de 12 litros de consumo – utilizados apenas para sobreviver. Esse desequilíbrio, que se traduz em uma só palavra: Desperdício.
Fala-se muito pouco da necessidade da preservação da água. Os mais purista, simplistas, podem refugiar-se na elementar ideia de que tudo o que sobe desce: água evapora, vira chuva e volta para nós. Já não podemos pensar assim. Devemos levar em conta a interferência de outros fatores drásticos, como o aquecimento global. Ele estabeleceu um desequilíbrio tal que a água passou a evaporar cada vez mais e voltar cada vez menos. Porém o problema todo não se resume a isso. O grande descaso em relação à preservação da água se deu por negligenciá-la em função da conservação das espécies, do verde, do excesso de emissão de poluentes. Pois bem, chegou à hora da água. Em março de 2007, um alerta da ONU nos deixou com um nó na garganta e a boca seca: em 20 anos, caso o intenso desperdício continue, faltará totalmente água para 60% do mundo. O Brasil estará nesse deserto.
Quando em 1961 o astronauta russo Yuri Gagarin deu a primeira volta completa em torno da Terra, sentenciou: “O planeta é azul.” A frase ganhou espaço na ciência e se eternizou nos livros de geografia: Gagarin chamara a atenção para o fato de 70% do planeta ser constituído de água. De acordo com dados do International Hydrological Programme, 97,5% de toda a água disponível no planeta é salgada. A água doce, que só representa 2,5% do total, está em sua maior parte nas calotas polares. O ser humano conta com apenas 0,3% de água disponível em lagos, rios e lençóis subterrâneos pouco profundos – mas prossegue, mesmo diante desse quadro, desperdiçando e poluindo. Mais: há dois mil anos a população mundial correspondia a 3% da população atual, enquanto a disponibilidade de água permanece a mesma.
O drama se reflete no Brasil, que, apesar de considerado o grande reservatório da Terra com 12% da água doce disponível, enfrenta má distribuição e falta de consciência de preservação por parte de governantes e da população em geral – as campanhas oficiais não surtem efeito. Cada brasileiro possui, ou deveria possuir anualmente à sua disposição, uma cota de 34 milhões de litros, um volume enorme, já que é possível levar vida confortável com dois milhões, conforme as estimativas da ONU. Ocorre, no entanto, que o recurso é geograficamente mal distribuído: 80% de toda a água do país concentra-se na Amazônia, onde vivem apenas 5% dos habitantes. Os 20% de água restantes têm que abastecer 95% dos brasileiros.
É uma desproporção injusta e maluca e que retrata um Brasil demarcado pela desigualdade até mesmo quando o assunto é água. E, se há a desigualdade natural da geografia, há também a desigualdade social da economia. Ou seja: aqueles 20% de água que sobram para 95% da população estão num mar de irresponsabilidade. Enquanto cidadãos da cidade de São Paulo lavam calçadas e carros, regiões da Paraíba disputam cada litro distribuído por carros-pipa.
Além do desperdício doméstico, há o público. No Brasil, cerca de 30% da água tratada perde-se em vazamentos pelas ruas. Em São Paulo, por exemplo, esse índice daria para abastecer diariamente cerca de três milhões de pessoas. Pode-se afirmar que no Sul o problema está na falta de educação ambiental, enquanto no Norte e Nordeste há um secular descaso do governo. De fato, só na Paraíba são 362 mil pessoas dependendo de carro-pipa para enfrentar a seca. Para contornar esse obstáculo, o governo federal investiu no projeto Água Doce, iniciativa que trata a água subterrânea do semi-árido para torná-la potável.
Cabe assim ao Brasil e também a outros países reverem as suas políticas ambientais. Como em tudo o que ocorre nesse campo no País, a iniciativa privada vem tomando a frente do poder público e começa a atuar. Especialista em programas de Uso Racional da Água, já desenvolvem projetos que representam economia de até 67% em empresas brasileiras e multinacionais – entre elas a construtora Hochtief, os bancos Itaú, Unibanco e Real e o hospital Albert Einstein. Todos precisamos colaborar, consertando aquela torneira que goteja o dia todo, passando pelas indústrias, que devem reciclar seu lixo em vez de poluir rios, e chegando aos governantes, que necessitam estabelecer projetos mais eficientes e ações mais contundentes.

• ATUALMENTE, CERCA DE 1 BILHÃO DE PESSOAS PASSAM SEDE em todo Mundo.

• EM 20 ANOS, 60% DO PLANETA VIVERÁ A SECA.

• O BANCO MUNDIAL DIZ QUE A ÁGUA SERÁ O PETRÓLEO DO FUTURO.

• 97% de toda a água do planeta não serve para consumo por ser salgada.

• 30% da água tratada no Brasil perde-se pelas ruas graças aos vazamentos.



Você pode adotar medidas muito eficientes para economizar água

Troque ducha por chuveiro!
Em 15 minutos, um banho de ducha de alta pressão consome 135 litros de água, sendo que um chuveiro elétrico, economiza, em média, 30%.

Não lave o carro com mangueira!
Use um balde e um pano para lavar o carro ao invés de uma mangueira.Muita gente gasta até 30 minutos ao lavar o carro. Com uma mangueira não muito aberta, gastam-se 216 litros de água. Com meia volta de abertura, o desperdício alcança 560 litros. Para reduzir, basta lavar o carro somente uma vez por mês com balde.Nesse caso, o consumo é de apenas 40 litros.


Mude o sistema de descarga!
Quando acionada, a válvula de descarga despeja entre 10 e 30 litros de água, já a caixa acoplada consome de 4 e 24 litros.

Não limpe a calçada com esguicho!
Um esguicho libera quase 280 litros de água em 15 minutos, quem quiser varrer a calçada deve optar por uma vassoura.

Banho
Banho de ducha por 15 minutos, com o registro meio aberto, consome 135 litros de água numa casa e 243 litros no apartamento. Se fecharmos o registro, ao nos ensaboarmos, e reduzirmos o tempo para 5 minutos, o consumo cai para 45 litros em casa e 81 litros no apartamento.

Medidas práticas para gastar somente 20 litros na cozinha
Lavando-se a louça com a torneira da pia meio aberta durante 15 minutos, gastam-se 117 litros de água (casa)/243 litros (apartamento). Medidas práticas para gastar somente 20 litros:
1. Limpe os restos dos pratos e panelas com uma escova e jogue no lixo.
2. Coloque água na cuba até a metade para ensaboar. Enquanto isso feche a torneira.
3. Coloque água novamente para enxaguar.

Torneira
Feche a torneira enquanto ensaboa a louça. Uma forma também de economizar é colocar água com detergente até a metade da pia e deixar a louça de molho. Depois de ensaboar, encha a pia com água limpa e enxágüe de uma vez.

Vaso sanitário
Não use o vaso sanitário como lixeira ou cinzeiro, porque, além de gastar mais água, os objetos despejados ainda podem causar entupimento. Procure manter a válvula de descarga sempre regulada para evitar o desperdício.


Calçada
Na hora de limpar a calçada use vassoura e balde com água. “Varrer” a calçada com a mangueira só traz desperdício.Para regar plantas, use sempre balde ou regador.


Lavar Roupa
Deixe acumular roupa para lavar de uma só vez. Só ligue a máquina quando ela estiver cheia. No tanque, mantenha a torneira fechada enquanto ensaboa e esfrega a roupa. Aproveite a água que usou para ensaboar as roupas para lavar o quintal.

Verifique os vazamentos
Uma torneira mal fechada pode trazer muito prejuízo. Veja alguns exemplos de quanto uma torneira gasta pingando durante todo um dia:

Gotejando - 46 litros
Aberta em 2mm - 4.512 litros
Aberta em 6mm - 15.400 litros
Aberta em 12mm - 33.984 litros


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